Aparando arestas

quinta-feira, 28 de maio de 2009

é complexo...

português formal ou coloquial?!
o que significa exatamente falar bem?!
é falar alto, baixo, pouco, muito, rápido, devagar?!
com a voz impostada, sem tique-tique ou gagueira?!
com sotaque ou sem sotaque?!
evitar palavrões, gírias, gerúndios, jargões, frases de efeito e expressões idiomáticas?!
e se tirarmos tudo isso? o que resta?
procurar um fonoaudiólogo ou o pasquale neto?!

quando era pequena, lá em silva's garden,
tive uma professora que era incapaz de pronunciar o dígrafo "om".
pra ela só existia "ón"... assim bem seco, aberto e anasalado, sabe como?
"bombón", "marrón" e "batón".
em sala de aula, nossos trabalhinhos eram feitos em papel "celofâneo", "alumênium" e "crepón".
eu chegava em casa reproduzindo esses "óns" fanhosos, minha mãe quase morria do coração e me corrigia: "fala direito, menina!".
e então soletrava o que lhe parecia correto:
óum. óuuummmm: bom-bóum."

sempre lembro disso quando ouço alguém dizer que quer "soltar no próximo ponto" ou que vai "ao cabeleleiro".
e quando esquecem seu nome e tratam logo de lançar os vocativos carinhosos?
"oi, nem!", "tudo bom, coisinha?", "quanto tempo, amô!".

corrigir o outro é um tipo de audácia que não me permito.
primeiro, porque não sou mãe, e além do mais, uma correção pressupõe um conhecimento que me falta.
acho graça na diferença.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

atenção compulsória?!

correndo na praia domingo de manhã...
olhos e ouvidos cobertos por lentes e música.
tentava guiar a atenção para dentro mas,
os sentidos têm vontade própria e vez ou outra se rebelam.
foi-me impossível não notar o casal discutindo na calçada,
a piscina de bolinhas armada na areia e as crianças;
o homem do coco, os cocos e o facão;
a revoada de pombos, a pamonheira e um cheiro de maresia misturado com milho cozido;
o sinal fechado, a reunião dos pms à frente do carro,
a velhinha com olhar perdido (em algum lugar do passado?);
o labrador obeso, as amêndoas podres e um punhado de pipocas no chão...
andava rápido, o corpo cada vez mais quente.
instintivamente, comecei a costurar aquele amontoado de imagens desconexas:
uma profusão de travellings polissômicos.
queria olhar pra dentro mas meus sentidos me levavam para fora.
cansada de lutar, cedi.
e eu que sequer queria prestar atenção,
voltei para casa trazendo mais uma coleção de fotogramas
de um filme, cujo desfecho me é desconhecido,
mas que sei que a vida encarregar-se-á de montar.

guerra aos pulgões

de umas semanas pra cá, notei que as folhas do meu bougainville estão caindo.
achei que pudesse ser o pé de maracujá que está crescendo entre seus galhos mas, não era. olhei sob as folhas e lá estavam eles: os malditos pulgões.
fiquei com raiva. lembrei das aulas de biologia do colegial, da minha infância, do meu pai, do curso de agronomia que poderia ter feito. pensei nas lindas e raras joaninhas - predadoras naturais dessa praga- e de uma velha receita de caldo de fumo de rolo.
na falta de joaninhas autênticas, apostei no efeito espantalho: se funciona com milharais, por que não com bougaivilles e maracujás?


só pra garantir, também apelei pro fumo.
corri até uma loja de artigos religiosos e estremeci com o sorriso malicioso do zé pelintra prostrado na entrada. respirei fundo e passei por ele.
comprei o fumo, voltei pra casa e preparei a solução.
não há nada mais fedido que isso, mas não tem outro jeito. o negócio é de intoxicar.
não sei se o pulgão morre pelo cheiro ou por efizema...
caso alguém esteja passando pelo mesmo drama, aqui vai a receita.
você vai precisar de:
um recipiente com tampa;
um borrifador;
um pedaço de fumo (250g é mais que suficiente)
uma quantidade de álcool suficiente para cobrir o fumo.
deixe o fumo submerso no álcool por dois dias dentro do recipiente fechado.
quanto mais escuro o caldo, melhor.
coloque a solução dentro do borrifador e esguiche na planta. se puder, limpe as folhas atingidas com algodão embebido em álcool uma vez por semana.


espero que, depois de tanto empenho, ele fique tão bonito quanto o dessa foto aí em cima... ai, ai.

domingo, 24 de maio de 2009

meio metro de alma

havia momentos em que não sabia se estava dormindo ou acordado.
sonhava todas as noites, todos os dias.
de olhos abertos e fechados, a todo tempo.
as imagens eram tão vivas e as cores tão vibrantes
que às vezes se perdia entre os mundos:
"real, onírico ou fantasioso?!"
confudia- se sobre o desejo e o seu preço.
sobre o sonhado e o vivido, o preto e o branco.
quando da cabeça lhe surgia um pensamento, aparecia-lhe também uma questão:
"afinal do que se trata essa vida? há testemunhas? algum documento comprobatório do momento que passou?"
fazia esforço para lembrar mas... não conseguia.
ficava com a sensação de que a maior parte de sua vivência
se dava no pequeno espaço de sua cabeça.
ele, que se julgava grande na alma, indagava a si mesmo:
"como pode uma vida caber em cinquenta e poucos centímetros?"

quinta-feira, 21 de maio de 2009

sociedade falocêntrica?!


devaneio
jul/2006

tosco arremedo de miró


depois de visitar a mostra "Mirabolante Miró" no mac em abril de 2006.
uma singela homenagem

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Instante só





"O instante só tem um lugar estreito entre a esperança e o desgosto, e esse é o lugar da vida".
Marcel Jouhandeau

silêncio... alma do negócio?!

em bocas fechadas não entram moscas e...


delas não saem frases de amor.

domingo, 17 de maio de 2009

há flores em tudo que vejo e

não são de plástico, são de tecido







sábado, 16 de maio de 2009

como evitar o mau cheiro dentro da geladeira

Coloque uma pedra de carvão vegetal dentro do refrigerador e

1) armazene os alimentos em recipientes hermeticamente vedados, sobretudo cebolas, queijos e carnes: isso pode ficar muito fedido;
2) não deixe nada encostar na placa gelada no fundo do refrigerador, isso vai evitar que se forme muito gelo e/ou que ela fique pingando e molhando os alimentos;
3) faça sempre uma faxina, não cultive uma floresta de fungos e bolores.

em família: passeio de domingo na savana

minhas irmãs e eu


mamãe orgulhosa

Madame Butterfly