Aparando arestas

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

roupas no cabide

Para impedir que as suas roupas caiam dos cabides,
duas dicas:
- enrole um elástico em cada extremidade do cabide;
ou
- cole um pedacinho de espuma nas pontas do cabide.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

zeus meu!

Não sou uma blogueira convicta, tampouco aspirante à escritora.
Eu sou daquelas que, de vez em quando, sentem uma
incontrolável necessidade de expurgar os pensamentos.
É como se eu cuspisse meu coração e minhas tripas em forma de palavra.
No caso, a palavra escrita porque dá pra conferir,
ver e rever, olhar novamente.
Sem crítica nem indulgência, apenas
mirar os caracteres para saciar uma curiosidade
que é muito parecida com aquela mania
que muita gente tem (e poucas admitem)
de observar as próprias fezes na latrina.
Por que? Pra que?
Dá pra saber se o lado de dentro do corpo
está em ordem a partir desses dados?
Nesse sentido, palavras e fezes têm características semelhantes:
podem deflagrar algum mal ou simplesmente afirmar
que não há qualquer anomalia desde que,
seja feita uma análise minuciosa do "material":
seja ele cuspido, cagado ou escrito.
Se estivesse num dia melhor, provavelmente
as metáforas seriam mais suaves, doces até.
Mas hoje não consigo fugir da escatologia
porque os pensamentos não são bons o bastante.

Semana passada comecei um tratamento para
um bruxismo que há anos me atormenta.
Comecei a usar um aparelho que
mais parece uma mordaça que me cala e machuca.
Todas as minhas ações agora se intercalam com o
lava-bota-tira-lava-bota-tira-lava desse aparelho e
sinto dores e uma grande quantidade de saliva na boca
e nem posso cuspir.
A dentista promete melhoras grandiosas.
A longo prazo, claro! Afinal, desgraça pouca é bobagem!

Foi também na última semana que
fiquei sabendo que meu cachorro de 11 anos
está muito doente e é provável que não sobreviva.
Amanhã de manhã fará um exame definitivo para
constatar o que todos já sabemos (e não queremos admitir):
Ele está morrendo.
É bem possível que tenhamos de fazer uma eutanásia.
Não gosto do termo sacrifício.
Ele é meu amigo afinal.
Não dá pra fazer distinção entre o amor canino e humano.
Pra mim amor é tudo igual:
quando tá tudo bem, ele arde e faz luzir;
quando tá ruim, ele machuca e anoitece.

Não dá pra parar de chorar,
tampouco posso tirar o aparelho.
Não dá pra chorar sem entupir o nariz.
Não dá pra respirar pela boca com o aparelho.
Não posso fazer nada pelo meu amigo e
isso é sofrimento.
O que fazer? Nada.
Resta a aceitação da vida tal como ela se impõe:
dura e doce feito um tablete de rapadura que
a gente vai roendo aos bocados até que um dia,
ela perece...