Aparando arestas

domingo, 29 de março de 2009

Para tirar o cloro das mãos

Sempre que sujar suas mãos com cloro, lave-as com vinagre e depois enxangüe com água. Isso fará com que o efeito da substância seja neutralizado.

quinta-feira, 26 de março de 2009

culinária pós-cuntipurânea

light?!

gorduuura!

saudades sem fim

Ao meio dia de uma quarta-feira,
Dona Trinta decide que tornará a pôr os pés na estrada!


Embalada por devaneios e esperança,
caminhou sob o forte calor das três da tarde
- e que impecável que estava! -
levantou a perna direita e embarcou no ônibus.
Logo que a primeira paisagem em movimento
se apresentou na janela,
arregaçou as cortinas e observou...
O frio agradável do ar condicionado
transformava em carícia os escaldantes raios de sol.
Sentiu-o em seu braço esquerdo e pensou que:
se havia uma bela da tarde,
certamente se chamava Trinta.
Fechou os olhos e sorriu secretamente.
O destino que antes parecia tão urgente
já não lhe importava tanto.
Aproveitou cada um daqueles momentos de fantasia
e quando desembarcou na rodoviária,
voltou à realidade.

Ainda era tarde e ainda era bela mas...
A anunciação do crepúsculo começava a se impôr.

Respirou fundo e seguiu até o
ponto do segundo transporte
que agora era uma van.
Que contraste?!
Teve de começar de pé a
segunda etapa do caminho:
curvada sob o rebaixado
teto de uma van lotada.
O crepúsculo triunfando...
Achando graça, fazendo pouco
de sua degradada figura.
Que acinte!
Seguiu como pôde...
Ora esgueirava-se na porta e segurava no banco.
Ora quase caía.
Cabeça no queixo e ombros nas orelhas,
consolou-se com um pensamento sobre Kafka.

Vingou-se dele quando uma passageira desceu.
Sobre o assento ainda quente,
cruzou as pernas, recostou a cabeça e
riu-se do crepúsculo.
Novamente a paisagem em movimento.
Olhou pela janela e sentiu o vento no rosto.
Fechou os olhos e sorriu.
A noite caía e tudo ao seu redor
lhe pareceu mais claro.

segunda-feira, 16 de março de 2009

mesmo quando é ruim é bom

1)pão de queijo
2)sexo
3)férias remuneradas
4)preguicinha na cama
5)picolé
...

segunda-feira, 9 de março de 2009

Inspiração

Acho que se eu fosse um animal, seria uma zebra.

Discrição


Cúpula de abajour-
Tok Stok: R$99,00.

Conjunto de calça e camisa-
Richards: R$220,00.

Cinto vermelho-
Gucci: R$300,00.
Drink caseiro: R$8,00.

Ver a carinha do seu marido
ao se deparar com Ricardo...
Isso não tem preço!

quarta-feira, 4 de março de 2009

Imagens

Começo a crer que ficção e realidade são
duas formas de percepção factual e,
que todos nós, ao menos uma vez ao longo de
nossas jornadas, já nos confundimos com o sentido dos fatos.

O que são as mentiras que não a construção de
uma outra verdade ainda que pretensa, imaginada?!

A vida imita a arte ou seria ela um rascunho
da vida que verdadeiramente gostaríamos de ter?!
Falta tempero? Cor? O que é isso que falta?
Um pouco de fantasia pra passar
a limpo a realidade?!
Será?!

O que são os sonhos?
Inconsciente ou conscientemente,
não seriam tentativas de escamotear a realidade?!
Uma possibilidade de experimentar um
conto, uma história...
Será?!

Um desejo de temperar com melodrama
os almoços de domingo em família.
De colorir com tinta pura o trajeto até o trabalho,
de colecionar momentos pinçados na rua e
combiná-los com um pouco de música
só para poder ficar montando tudo depois...

Às vezes tenho a sensação de que
carrego comigo, uma videoteca de babel ...

Cão voyeur?!

terça-feira, 3 de março de 2009

Merengue de morango

Ingredientes:
1 caixa. de morangos
1 pacote de suspiro
chantilly

Modo de preparo:
1. Corte os morangos em rodelas e reserve
2. Bata o creme chantilly no liquidificador, e quebre em pedaços o suspiro
3. Numa tigela coloque uma camada de chantilly,uma camada de suspiro e uma camada de morangos sucessivamente
4. Cubra com chantilly e cubra com um morango inteiro

Dona Trinta per si: Una mujer animalesca

Sou uma cigarra gigante que fala e não canta,
que vadia e não trabalha,
que voa sem sair do lugar.
Sou afeita a doces, noite e mudanças: formiga, morcego, camaleão.
Pela manhã, bafo de tigre e um quê de pata-choca.
Tenho juba de leão, barriguinha de baleia,
memória de elefante pra certas coisas, de peixe pra outras.
Ora ou outra me acho uma besta, uma jumenta, uma anta!
Quando irritada, solto cobras e lagartos.
Dependendo do dia, posso me arrastar feito lesma ou
correr como um leopardo.
Dos cachorros, eu tenho as patadas e a lealdade.
Quando fico triste, rumino pensamentos até ficar com o olhar bovino.
Do nome, mansa como ovelha e do horóscopo chinês, rato.
Em dias chuvosos, ataco de bicho preguiça e
enfrentar filas me deixa uma arara, um siri na lata.
Na verdade, disse muito, mas o que realmente queria descobrir é o
pulo do gato.

segunda-feira, 2 de março de 2009

O Nascimento da Dona Trinta

Era uma belíssima e ensolarada manhã de domingo.
O céu estava azul claro, sem nuvens e
ela, sozinha em casa,
tomava o café sem pressa alguma.

Sentada no sofá encostado à janela,
sentia o calor dos raios de sol sobre
seus ombros enquanto lia o jornal.

"Feriado no Rio de Janeiro: dia da fundação da cidade", anunciava uma manchete.
Sentiu um rebuliço por dentro ao se dar conta de que, a famosa rua do CCBB,
lugar que tanto freqüentara quando jovem,
"chama-se primeiro de março porque esse é o
dia do aniversário da cidade do Rio de Janeiro..."

Por um momento parou,
levantou-se do sofá,
pegou um cigarro e um isqueiro.
Apoiou os cotovelos na janela e deu a primeira baforada.
Pensativa, olhou sem foco para o horizonte e
imaginou como seria se ao invés de seu nome,
fosse chamada por uma data,
pela data do próprio nascimento.

Resoluta, foi até o quarto e fez as malas.
Levava o essencial à sua sobrevivência, nada que
a identificasse ou lhe suscitasse recordações.
Abriu a gaveta da escrivaninha,
pegou uma caixa onde guardava seus documentos e
uma grande tesoura de metal.
Um a um, retalhou todos os papéis onde pudesse ser lido seu nome.

Saiu de casa sem rumo, deixando as janelas abertas e
as chaves pelo lado de fora da porta.
Viajou o dia inteiro e estava exausta quando
resolveu que era hora de descansar.

Entrou em um motel à beira da estrada.
Algo decadente e simpático,
assim como a mulher que a recebia e
perguntara seu nome não porque precisava de uma ficha,
e sim por pura maroquisse.
“Sinta-se à vontade, dona...”
“Dona Trinta.
Eu me chamo Trinta de Julho da Silva Jardim.
Prazer em conhece-la”.

A recepcionista fitou-lhe os olhos, entregou-lhe uma chave e não disse palavra.
Dona Trinta subiu as escadas, entrou no quarto, despiu-se, deitou-se na cama e adormeceu tranqüilamente.

Receita para desjejum

Receita para um bom desjejum:
Café quente,
Pão fresco,
Manteiga fria
E uma mesa para dois,
três ou quantos forem
os amores da sua vida...

As faces de Trinta


Dona Trinta pode ser qualquer uma...
Pode ser qualquer coisa...
Pode ser que tenha um pouco de você também...

domingo, 1 de março de 2009

Sobre os regidos pelo sol

No fundo, no fundo o que realmente incomoda é
o dar-se conta da efemeridade dos instantes e
da tênue e invisível linha que sustenta o brilho
e a capa de irresistibilidade...

No fundo, no fundo o que dói é saber que
talvez não sejam tão irresistíveis,
inesquecíveis quanto se pensavam.
No fundo no fundo, mesmo que neguem,
não é questão de coração, é de ego.