Aparando arestas

terça-feira, 3 de março de 2009

Dona Trinta per si: Una mujer animalesca

Sou uma cigarra gigante que fala e não canta,
que vadia e não trabalha,
que voa sem sair do lugar.
Sou afeita a doces, noite e mudanças: formiga, morcego, camaleão.
Pela manhã, bafo de tigre e um quê de pata-choca.
Tenho juba de leão, barriguinha de baleia,
memória de elefante pra certas coisas, de peixe pra outras.
Ora ou outra me acho uma besta, uma jumenta, uma anta!
Quando irritada, solto cobras e lagartos.
Dependendo do dia, posso me arrastar feito lesma ou
correr como um leopardo.
Dos cachorros, eu tenho as patadas e a lealdade.
Quando fico triste, rumino pensamentos até ficar com o olhar bovino.
Do nome, mansa como ovelha e do horóscopo chinês, rato.
Em dias chuvosos, ataco de bicho preguiça e
enfrentar filas me deixa uma arara, um siri na lata.
Na verdade, disse muito, mas o que realmente queria descobrir é o
pulo do gato.

2 comentários: