havia momentos em que não sabia se estava dormindo ou acordado.
sonhava todas as noites, todos os dias.
de olhos abertos e fechados, a todo tempo.
as imagens eram tão vivas e as cores tão vibrantes
que às vezes se perdia entre os mundos:
"real, onírico ou fantasioso?!"
confudia- se sobre o desejo e o seu preço.
sobre o sonhado e o vivido, o preto e o branco.
quando da cabeça lhe surgia um pensamento, aparecia-lhe também uma questão:
"afinal do que se trata essa vida? há testemunhas? algum documento comprobatório do momento que passou?"
fazia esforço para lembrar mas... não conseguia.
ficava com a sensação de que a maior parte de sua vivência
se dava no pequeno espaço de sua cabeça.
ele, que se julgava grande na alma, indagava a si mesmo:
"como pode uma vida caber em cinquenta e poucos centímetros?"
Bazar de Natal
Há 14 anos
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