Aparando arestas

domingo, 24 de maio de 2009

meio metro de alma

havia momentos em que não sabia se estava dormindo ou acordado.
sonhava todas as noites, todos os dias.
de olhos abertos e fechados, a todo tempo.
as imagens eram tão vivas e as cores tão vibrantes
que às vezes se perdia entre os mundos:
"real, onírico ou fantasioso?!"
confudia- se sobre o desejo e o seu preço.
sobre o sonhado e o vivido, o preto e o branco.
quando da cabeça lhe surgia um pensamento, aparecia-lhe também uma questão:
"afinal do que se trata essa vida? há testemunhas? algum documento comprobatório do momento que passou?"
fazia esforço para lembrar mas... não conseguia.
ficava com a sensação de que a maior parte de sua vivência
se dava no pequeno espaço de sua cabeça.
ele, que se julgava grande na alma, indagava a si mesmo:
"como pode uma vida caber em cinquenta e poucos centímetros?"

Nenhum comentário: